“No território comum das ocupações urbanas de moradia, as mulheres começaram a se reconhecer, a identificar, nomear e compartilhar suas práticas. Fazer uma horta para produzir alimentos para a família e para ajudar na renda; sustentar redes que compartilhem o cuidado com as crianças; apoiar umas às outras na lida com casos de violência doméstica. Mas não só: manter viva a sabedoria das ervas medicinais, da cultura do povo negro, as festas e a memória dos que vieram antes. E, além disso, fazer o enfrentamento necessário para se opor às frequentes ameaças de despejo. São as práticas que tornam a vida vivível, mote elaborado pelo Coletivo Etinerâncias/Rede Comadre, que possibilitou o encontro realizado no dia 25 de setembro em Belo Horizonte, reunindo mulheres das ocupações Dandara, Rosa Leão, Vitória, Vicentão, Anita, Tomás Balduino e Guarani-Kaiowá. “ Aqui estão mulheres que constroem diversas cidades, essa é memória do mundo que a gente faz, e nos reconhecermos. É estratégico para a vinculação com a politica que há nessas práticas” comenta Débora Del Guerra, que integra o coletivo.”